quinta-feira, 20 de março de 2014

UEFA Europa League: Real Betis x Sevilla

A volta do jogo de oitavas de final entre Real Betis e Sevilla pela UEFA Europa League tinha tudo para ser um jogão. Pela primeira vez, o chamado "Dérbi de Andaluzia" definia uma vaga por uma competição europeia, além disso, o Betis havia vencido o primeiro jogo fora de casa por 2 x 0 e contava com total apoio da torcida verde-branca no estádio Benito Villamarín, em Sevilla.
O Betis começou o jogo com a proposta de um jogo mais truncado, não partindo tanto ao ataque adversário, já o Sevilla procurava definir as jogadas com rapidez, com tabelas rápidas pelos lados do campo ou em lançamentos longos. Aos poucos, o Sevilla foi dominando o jogo, e dando a impressão de que o gol estava próximo, e ele não demorou a sair. Em uma das tabelas bem executadas pelo lado esquerdo do campo, Moreno cruzou rasteiro para o meio da área, a bola desviou em N'Diaye e sobrou para Reyes marcar o primeiro do Sevilla, 0 x 1.


José Antonio Reyes comemora o gol que abriu o caminho para a classificação do Sevilla

Logo depois de sofrer o gol, o Betis transformou o que antes era classificado como jogo truncado em retranca total. Com todos os 11 jogadores antes da linha do meio de campo quando a equipe não tinha a bola, o Betis pouco partiu ao ataque no primeiro tempo, que apesar do domínio dos Rojiblancos do Sevilla, teve apenas 6 disparos para o gol, 3 de cada equipe. De todos estes, somente um acertou o gol. O primeiro tempo também foi caracterizado pelo alto número de faltas, 10 no total (7 faltas cometidas pelo Sevilla e 3 pelo Betis), algo comum se analisarmos a rivalidade que cerca o clássico de Andaluzia.
Logo aos 5' do segundo tempo, Reyes, autor do gol do Sevilla, foi substituído por motivo de lesão, e parece que levou consigo toda a motivação da equipe Rojiblanca. A partir daí, o Sevilla começou a errar lances bobos, perdendo a bola e originando contra-ataques perigosos criados pelo Real Betis. Percebendo o momento ruim dos adversários, a equipe verde-branca partiu pra cima, buscando o gol que daria mais tranquilidade no marcador. Chances não faltaram, só Leo Baptistão perdeu 2 chances claras de gol em sequência, deixando os torcedores do Betis preocupados. Nesse momento, o torcedor verde-branco lembrou do jogo de ida, dominado pelo Sevilla, onde o Betis teve poucas oportunidades, porém as aproveitou e criou a vantagem de 2 x 0. É, infelizmente, isso se repetiu. Aos 75', em outra boa tabela pelo lado esquerdo, Moreno novamente cruzou rasteiro para Bacca fazer 2 x 0 e empatar a partida no placar agregado.


Léo Baptistão perdeu boas chances, que poderiam ter dado a classificação ao Betis.

Depois, pouco aconteceu. Com as duas equipes com "medo" de sofrerem o gol que as eliminariam, o jogo ficou estagnado, com ambas as equipes trocando passes em seus campos defensivos, somente nos acréscimos o Betis levou perigo em duas cobranças de falta, porém, ambas pararam na barreira.
Chegamos a prorrogação. As duas equipes estavam bastante cansadas, portanto, o nível do jogo foi baixo, com poucas chances de gol. Quando elas surgiam, os goleiros trabalharam bem, evitando que o empate agregado se desfizesse.
O drama dos pênaltis se tornou inevitável. Quem sairia vencedor na disputa mais emocionante do dérbi de Andaluzia dos últimos anos? As torcidas de ambos os times faziam barulho no estádio Benito Villamarín, a atmosfera era de final de campeonato, talvez foi isso que fez Vitolo bater mal o primeiro pênalti para o Sevilla, defesa de Adán e vantagem para o Betis. Depois, vieram 6 pênaltis convertidos em sequência, todos eles muito bem batidos. Fizeram para o Sevilla Coke, Gameiro e Moreno. Castro, Sevilla e Amaya marcaram para o Betis. 3 x 3 no marcador, N'Diaye na bola, o gol colocava os verde-brancos em grande situação para o avanço a próxima fase, mas a trave impediu o senegalês de ajudar sua equipe. Faltava uma cobrança para cada time, primeiro o Sevilla marcou com Rakitic, e deixou a pressão para Nono, do Betis. O sonho do lanterna da Liga BBVA de chegar as quartas de final parou na ponta dos dedos de Beto, que deu a classificação heroica aos Rojiblancos na casa do adversário. Com certeza, um jogo que ficará marcado na história, não só de ambos os times, mas sim na história das competições europeias como um dos clássicos mais disputados entre equipes do mesmo país, e também, um dos mais eletrizantes da história da Liga Europa.

Ficha Técnica:

Real Betis: Adán, Amaya, Perquis (Nono 15'), Figueras, Juan Carlos, Juanfran, L. Reyes (Molina 90+2'), N'Diaye, Cédrick, Baptistão (Sevilla 73'), Castro.
Formação: 4-4-2
Técnico: Gabriel Calderón

Sevilla: Beto, Figueiras, Pareja, Fazio, Moreno, J. A. Reyes (Coke 50'), M'Bia (Vitolo 76'), Rakitic, Marin, Gameiro, Bacca (Samperio 105')
Formação: 4-4-2
Técnico: Unai Emery

Estádio: Benito Villamarín
Público: 48.000
Árbitro: Pedro Proença
Gols: 0 x 1 - J. A. Reyes: 20'
0 x 2 - Bacca: 75'
Cartões Amarelos: M'Bia (Sev. 19'), Nono (Bet. 31'), Figueiras (Sev. 45'), Figueras (Bet. 76'), Coke (Sev. 89'), Fazio (Sev. 90'), Samperio (Sev. 105')
Cartões Vermelhos: Não houve

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