Neste domingo (29), Holanda e México protagonizaram um dos confrontos mais emocionantes da Copa do Mundo até aqui. O clima quente de Fortaleza tornou a partida ainda mais emocionante e fez com que os jogadores chegassem ao cansaço extremo após 90 minutos de muita entrega por parte dos mexicanos, que acabaram eliminados com requintes de crueldade nos últimos instantes da partida. A equipe americana até saiu na frente com dos Santos aos 48 minutos de jogo, mas Sneijder empatou o jogo aos 43 minutos do segundo tempo, e Huntelaar, de pênalti, virou aos 49. A vitória laranja mantém vivo o sonho do título inédito, por outro lado, a eliminação mexicana parou o que poderia ser o início de uma grande campanha, talvez a melhor de todos os tempos, que seria a recompensa pela superação que os jogadores apresentaram diante dos momentos difíceis passados nas eliminatórias.
Mudanças de van Gaal não têm efeito e México domina o primeiro tempo
A partida começou com mudanças na Holanda, van Gaal optou por escalar Verhaegh em vez de Janmaat na ala direita, dando a entender que as jogadas de ataque passariam mais pelo lado oposto, já que Kuyt possui mais características ofensivas. O time do México era exatamente o mesmo da partida contra a Croácia, apenas Salcido substituiu Vázquez, suspenso. O calor intenso em Fortaleza freiou os ataques da Holanda, que optou por trocar mais passes e procurar um espaço em meio a forte defesa mexicana. O estilo de jogo não rendeu resultados e o México dominou as ações ofensivas nos primeiros minutos de jogo. As melhores chances vieram justamente pela ala direita, Layún teve espaço e por vezes arriscou chutes perigosos de fora da área.
Ainda nos primeiros minutos de jogo, de Jong foi substituído por Martins Indi, a substituição alterou o posicionamento de Blind, que foi movido para o meio-campo, Indi compunha sua vaga na linha de três zagueiros. A mudança não alterou em nada o estado do jogo, que seguiu favorável a equipe mexicana. Aos 17 minutos, dos Santos recebeu dentro da área e tocou para Peralta, que viu Herrera livre na entrada da área, a bola passou rente à trave de Cillessen.
O jogo prosseguiu sem muitas oportunidades até a parada para hidratação, aos 31 minutos. Reidratados, os mexicanos voltaram a ameaçar em grande jogada de Peralta, o atacante descolou um lindo passe de calcanhar para Guardado, que viu dos Santos avançar pela área, o mexicano chutou forte e Cillessen defendeu com a perna direita. Ainda antes do final do primeiro tempo, a defesa mexicana deu bobeira e van Persie aproveitou para roubar a bola e partir em contra-ataque, RvP tocou para Robben que foi tocado por moreno dentro da grande área, pênalti não marcado por Pedro Proença. No lance, o zagueiro mexicano acabou contundido e precisou ser substituído no intervalo.
México sai em vantagem, mas van Gaal se redime e acerta em substituições
Na volta para o segundo tempo a postura mexicana não mudou, a equipe continuou atacando firme à procura do gol, e ele veio logo aos três minutos da etapa final. Dos Santos ficou com a bola mal afastada por de Vrij, clareou e bateu forte, no canto esquerdo de Cillessen, 1 a 0 México. Mesmo depois de sofrer o gol, a Holanda não conseguiu reagir, van Gaal percebeu e entrou em ação. O treinador substituiu o estreante em copas Verhaegh por Depay, autor de dois gols nesta edição, dando mais liberdade para o jovem holandês partir ao ataque adversário. A mudança tornou o time mais ofensivo e de Vrij quase abriu o placar, o zagueiro finalizou a bola desviada por Robben na pequena área, Ochoa fez milagre desviando a bola que ainda tocou na trave. Os holandeses decidiram finalmente arriscar mais e pouco depois, Sneijder, até então desaparecido no jogo, chutou da meia-lua, a bola desviou no zagueiro e enganou Ocho, passando rente a trave direita.
Percebendo que não havia mais muito o que fazer, Herrera colocou Aquino no lugar de dos Santos, priorizando a defesa. A estratégia seria manter o placar e, se possível, buscar contra-ataques para definir o jogo. A Holanda buscava o ataque, mas van Persie e Sneijder não estavam em tarde inspirada. O centro-avante pouco tocava na bola, já o meio-campista não participava ativamente do jogo, com isso, a responsabilidade caía sobre Robben, que até tentava, mas não conseguia vencer Ochoa. Aos 31 minutos, van Gaal sacava van Persie e colocava o conhecido Huntelaar, caracterizado por um mal desempenho nos clubes, porém decisivo quando atua pela Orange. O tempo passou e a Holanda não empatou, tudo caminhava para uma surpresa mexicana em Fortaleza, porém, aos 43 minutos do segundo tempo, Robben cobrou escanteio na área, Huntelaar ajeitou de cabeça para Sneijder bater com raiva e empatar a partida.
O gol deu novo ânimo aos holandeses, que foi reforçado pelos seis minutos de acréscimo concedidos por Pedro Proença. Os laranjas partiram ao ataque, e foram recompensados. Aos 94 minutos, Robben foi derrubado por Rafa Márquez dentro da área, desta vez Proença marcou, penalidade máxima para a Holanda. Huntelaar pegou a bola e partiu para a marca da cal, bateu firme, sem nenhuma hipótese de defesa, para garantir a classificação dos holandeses.
Apesar de ter errado ao escalar Verhaegh para a partida, Louis van Gaal se redimiu ao colocar Huntelaar no lugar do apagado van Persie, e foi uma das peças mais importantes para a virada holandesa. A seleção laranja espera agora o adversário das quartas-de-final que sairá ainda hoje (09), do confronto entre as surpresas Costa Rica e Grécia, quem vencer, duelará contra os holandeses por uma vaga na semifinal no dia 05/07 (sábado) às 17:00, em Salvador.
Ficha Técnica
Holanda: Cillessen; Verhaegh (Depay, min. 56), Vlaar, de Vrij, Blind, Kuyt; Wijnaldum, de Jong (Martins Indi, min. 9), Sneijder; Robben, van Persie (Huntelaar, min. 76).
Formação: 5-3-2
Técnico: Louis van Gaal
México: Ochoa; Rodríguez, Márquez, Moreno (Reyes, min. 46); Aguilar, Herrera, Salcido, Guardado, Layún; dos Santos (Aquino, min. 61), Peralta (Hernandéz min. 75).
Formação: 3-5-2
Técnico: Miguel Herrera
Gols: 0 - 1: dos Santos, min 48; 1 - 1: Sneijder, min. 88; 2 - 1: Huntelaar, min. 90 + 4 (pên.)
Estádio: Castelão (Fortaleza/Ceará)
Árbitro: Pedro Proença (Portugal)
Público: 58.817
Cartões Amarelos: Aguilar (min. 69), Márquez (min. 90 + 2), Guardado (min. 90 + 3)
Cartões Vermelhos: não houve
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