França e Alemanha farão mais um capítulo de sua longa
rivalidade nesta sexta-feira (04), às 13h, no Estádio do Maracanã.
Candidata ao título desde o início da Copa do Mundo, a
Alemanha vai encarar uma França que cresceu durante a competição,
principalmente após a goleada contra a Suíça por 5 a 2. Os alemães também não
fizeram por menos, goleando Portugal por 4 a 0 durante a fase de grupos.
Nas oitavas de final, as duas seleções tiveram bastantes
dificuldades para derrotar os adversários africanos. Na prorrogação, a Alemanha
bateu a Argélia por 2 a 1, em uma grande atuação dos argelinos, que ficaram
perto em alguns momentos de tirar os favoritos. Já a França conseguiu vencer
por 2 a 0 ainda no tempo normal a Nigéria, mas só marcou na parte final do
segundo tempo.
E um dos palcos lendários do futebol, o Maracanã, vai
receber uma rivalidade histórica, que remonta seu início no século XIX, com a
Guerra Franco-Prussiana, passa pela Segunda Guerra Mundial e a tomada de Paris
por Hitler e chega até a Copa do Mundo da Espanha, em 1982.
Depois de um tempo normal empatado em 1 a 1, a França marcou
duas vezes na prorrogação e encaminhou a vitória, mas a Alemanha foi capaz de
empatar e ainda garantir a vaga na final nos pênaltis, em jogo que ficou
conhecido como a “Batalha de Sevilha” e que teve a dividida de Schumacher com
Battiston, que deixou o francês desacordado em campo.
Seleção Francesa:
Os Bleus levam a questão em consideração. Veem na Alemanha
uma equipe mais habituada a jogos desse tipo.
Fizemos uma grande Copa do Mundo e teremos um grande
oponente agora. A Alemanha está acostumada a esses jogos. Tem mais experiência.
Mas vamos dar de tudo – disse o técnico da França, Didier Deschamps.
A França já valoriza sua presença nas quartas de final. Não
tinha certeza de que poderia esperar tanto. E lembra o fato de que equipes até
mais favoritas que ela, casos de Itália, Inglaterra, Espanha e Portugal, já
foram eliminadas.
É mais um passo nosso. Estamos nas quartas de final. Estamos
focados nessa partida. Vamos passo a passo. Há algumas equipes, como a Espanha,
que já foram para casa, mas outras, como a própria Alemanha, que estavam aptas
a brigar pelo título e seguem na disputa – comentou o goleiro Lloris.
Karim Benzema que tem ascendência argelina envolveu-se em
polêmica ao não cantar o hino nas partidas, fato já comum entre os descendentes
franceses de outros países, mas mostrou em campo, com seus três gols, que foi
capaz de assumir a lacuna deixada por Ribery, cortado por lesão dias antes da
Copa.
França deve começar com Griezmann de titular Foto: Getty Images |
Capitão de 98, Didier Deschamps está com a missão de
comandar esta seleção e deve entrar com algumas mudanças. Antoine Griezmann
deve ganhar a vaga de Olivier Giroud no ataque, após entrar bem durante a
partida nas oitavas de final. Mamadou Sakho está recuperado e pronto para
voltar ao time, mas Laurent Koscielny pode manter a vaga de titular ao lado de
Varane.
Seleção Alemã:
Entre as favoritas no início, a Alemanha foi confirmando as
chances do tetracampeonato no decorrer da Copa, mas não conseguiu mais repetir
a grande atuação na estreia, que gerou uma goleada por 4 a 0 contra Portugal.
O empate contra Gana e a vitória magra sobre os Estados
Unidos garantiram a primeira posição para enfrentar a Argélia, que seria um
adversário tranquilo na teoria, mas se transformou em uma pedra no sapato,
principalmente com a grande atuação do goleiro M’bolhi. A vitória por 2 a 1 foi
construída na prorrogação e afastou qualquer possibilidade de eliminação
precoce.
E se a França tem Benzema no ataque, a Alemanha tem Thomas
Müller como homem de referência, que é um dos vice artilheiros da competição.
Joachim Löw, que era assistente em 2006 quando essa geração começou a render os
frutos na Copa em casa, hoje tem uma gama de bons jogadores nas mãos e, com um
sistema ofensivo poderoso, tem uma grande arma para sair vitoriosa.
A opinião pública e especializada quer Lahm de volta à
lateral direita. Sites de esportes no país criaram enquetes, todas com a
maioria dos votos a favor do retorno do capitão da equipe à sua posição de
origem. Ele atuou por ali durante parte do segundo tempo e toda a prorrogação
diante da Argélia, pelas oitavas de final, em Porto Alegre, depois que o
zagueiro Mustafi se lesionou. Coincidência ou não, a Alemanha cresceu de
produção e venceu por 2 a 1.
Hummels volta equipe após uma febre que tirou o zagueiro do duelo contra a Argélia, Foto: Getty Images |
É claro que há essa discussão na Alemanha. Todos querem
saber onde Lahm vai jogar, se será no meio, direita ou esquerda. Mas o que está
sendo discutido lá não tem influência aqui. Tomaremos a decisão correta, mas
saibam que elas não são para sempre. Vamos nos reunir antes do jogo e buscar a
melhor solução. Ele fez um grande trabalho na direita, como também fez no meio.
Temos todas essas possibilidades e vocês vão ver, na sexta-feira, onde ele vai
jogar.
Apesar disso, a defesa não é totalmente confiável e sofreu
uma baixa importante, com o corte de Mustafi. Com Lahm jogando no meio-campo,
Löw coloca quatro zagueiros na parte defensiva, mas ao menos terá a volta de
Mats Hummels no coração da defesa, o que dá a consistência para segurar o
adversário. Ainda não é certa a posição de Lahm no campo, mas Schurrle, depois
do gol contra a Argélia, deve ganhar a vaga de titular. Götze e Özil, apesar de
ter marcado também, podem ceder o seu espaço.
França: Lloris,
Debuchy, Varane, Koscielny (Sakho) e Evra; Matuidi, Cabaye e Pogba; Griezmann,
Valbuena e Benzema.
Técnico: Didier
Deschamps.
Alemanha: Neuer, Boateng, Mertesacker, Hummels e
Höwedes; Lahm, Schweinsteiger, Kroos e Özil; Schürrle e Müller.
Técnico: Joachim Löw.
Estádio: Maracanã/Rio
de Janeiro
Árbitro: Nestor
Pitana (Argentina)
Horário: 13h Horário
de Brasília
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